A teoria de que Harry Potter poderia ter controlado o basilisco na Câmara Secreta em Harry Potter e a Câmara Secreta é uma questão complexa, que merece uma análise detalhada das regras e da magia no universo de J.K. Rowling. Vamos explorar essa teoria com base em evidências dos livros e algumas inferências lógicas.
A Câmara Secreta e o Basilisco
No segundo livro da série, Harry Potter e a Câmara Secreta, a Câmara foi construída por Salazar Slytherin para abrigar um basilisco, um monstro que somente seus herdeiros poderiam controlar. Slytherin acreditava que o basilisco serviria para purificar a escola de "sangue-ruins", ou seja, bruxos nascidos trouxas.
O basilisco só obedece a quem pode falar a língua das cobras, conhecida como ofidioglossia. Como mencionado pelo professor Binns no livro, "Somente os herdeiros seriam capazes de abrir a Câmara Secreta. Acredita-se que haja algum tipo de monstruoso, que somente os herdeiros de Slytherin podem controlar" (HP2, p. 132).
Harry Potter e a Ofidioglossia
Harry Potter revela-se um ofidioglota durante sua estadia em Hogwarts, o que é surpreendente, pois isso não se deve a uma herança direta de Slytherin, mas à presença de uma parte da alma de Voldemort dentro dele. Dumbledore explica em Harry Potter e as Relíquias da Morte que "Parte de Lord Voldemort vive em Harry, e é esta a parte que lhe dá tanto a capacidade de falar com cobras" (HP7, p. 533). Assim, Harry possui a capacidade de falar com cobras devido à fragmentação da alma de Voldemort que reside nele. Voldemort, sendo um herdeiro de Slytherin, tem a habilidade de controlar o basilisco e, por extensão, Harry, como portador de uma parte de sua alma, também possui essa capacidade.
A Questão do Controle do Basilisco
1. Controle do Basilisco por Harry
Se Harry possui uma parte da alma de Voldemort e, consequentemente, herda a habilidade de ofidioglossia, isso implica que ele poderia, em teoria, controlar o basilisco. No entanto, a prática real pode ser mais complicada. Harry nunca tentou explicitamente controlar o basilisco, e a situação enfrentada na Câmara Secreta é marcada por tensão e urgência, com Harry correndo para salvar Gina e enfrentando Voldemort.
Na cena da Câmara Secreta, Voldemort afirma que "Parte de Lord Voldemort vive em Harry, e é esta a parte que lhe dá tanto a capacidade de falar com cobras" (HP2, p. 533). Essa afirmação pode refletir a crença ou o entendimento de Voldemort sobre o controle do basilisco. É possível que Voldemort não reconhecesse a possibilidade de Harry exercer controle sobre o monstro devido à sua visão distorcida da herança e do controle.
"Você foi a sétima Horcrux, Harry, a Horcrux que ele nunca pretendeu criar. Voldemort deixou ali mais do que o seu corpo. Deixou uma parte de si a mesma presa a você" Dumbledore para Harry (HP7, p. 551)
2. Gina e o Basilisco
Gina Weasley, possuída por um fragmento da alma de Voldemort, conseguiu abrir a Câmara Secreta, mas não porque tivesse a habilidade de ofidioglossia. Ela foi manipulada pelo fragmento do diário de Tom Riddle, que a fez agir sob suas ordens. Hermione explica: "Enquanto o objeto mágico continua intacto, o pedacinho de alma nele pode entrar em uma pessoa e tornar a sair se ela chegar muito perto do objeto" (HP7, p. 87). Portanto, a habilidade de controlar o basilisco não se aplica a Gina por si mesma, mas sim pelo controle que o fragmento de Voldemort exercia sobre ela.
"Slytherin teria selado a Câmara Secreta de modo que ninguém pudesse abri-la até que seus herdeiros legítimos chegassem à escola. Somente os herdeiros seriam capazes de abrir a Câmara Secreta, libertar o horror que ela encerrava e usá-lo para expurgar a escola de todos que não eram dignos de estudar magia." (HP2, p. 132)
Riddle simplesmente a atacou, não foi isso que ele disse? Gina escreveu no diário e abriu seu coração, compartilhando segredos e confidências.
• Vale lembrar a citação de Rony Weasley: "Espera aí", disse Rony, franzindo a testa. "O pedacinho de alma naquele diário estava possuindo a Gina, não? Como é que é isso?"
3. A Interação de Harry com o Basilisco
Embora Harry pudesse ter teórico acesso ao controle do basilisco, o fato de ele nunca ter feito isso pode ser devido a várias razões práticas. Ele pode não ter tentado usar sua habilidade de ofidioglossia de forma eficaz no momento crítico. Além disso, Voldemort, com sua conexão direta e controle estabelecido sobre o basilisco, pode ter exercido influência suficiente para impedir qualquer tentativa de controle por parte de Harry.
A teoria de que Harry poderia ter controlado o basilisco na Câmara Secreta é plausível, considerando que ele carrega uma parte da alma de Voldemort, um herdeiro de Slytherin. No entanto, o fato de Harry nunca ter efetivamente exercido controle sobre o basilisco pode ser devido a fatores como a ausência de tentativa consciente de controlar o basilisco ou o domínio de Voldemort sobre a criatura.
A complexidade das habilidades e heranças mágicas no universo de Harry Potter sugere que, embora teoricamente possível, o controle efetivo do basilisco por Harry pode ter sido mais uma questão de circunstâncias e da dinâmica de poder no momento, mais do que uma capacidade manifesta diretamente explorada na trama.