Em uma postagem na plataforma X (antigo Twitter), a criadora da série Harry Potter revelou que foi convidada a integrar a Câmara dos Lordes em duas ocasiões: uma vez durante o governo trabalhista e outra no governo conservador. Mesmo assim, Rowling reiterou que não aceitaria a honraria, caso fosse oferecida uma terceira vez.
A Câmara dos Lordes, composta por membros nomeados pelo monarca com base nas recomendações do primeiro-ministro, tem suas indicações submetidas à Comissão de Nomeações da Câmara dos Lordes para avaliação.
Durante uma entrevista ao Talk TV, Badenoch expressou admiração por Rowling, destacando que ambas compartilham a opinião de que as proteções legais para mulheres devem ser baseadas no sexo biológico e não na identidade de gênero. Badenoch comentou que, embora não soubesse se Rowling aceitaria um título de nobreza, ela certamente ofereceria um.
Rowling, ao abordar publicamente a questão, afirmou que é incomum discutir esse tipo de convite, mas que, devido às circunstâncias particulares, decidiu abrir uma exceção. Ela reafirmou sua recusa anterior a dois convites, um feito pelo Partido Trabalhista e outro pelos conservadores, e assegurou que rejeitaria novamente, se a oportunidade surgisse.
It’s considered bad form to talk about this but I’ll make an exception given the very particular circumstances. I’ve already turned down a peerage twice, once under Labour and once under the Tories. If offered one a third time, I still wouldn’t take it. It’s not her, it’s me. https://t.co/LnLoG8qc3p
— J.K. Rowling (@jk_rowling) October 20, 2024
“É considerado de mau gosto falar sobre isso, mas farei uma exceção dadas as circunstâncias muito particulares. Já recusei um título de nobreza duas vezes, uma vez sob o governo trabalhista e outra sob os conservadores. Se me oferecessem uma terceira vez, ainda assim não aceitaria. Não é por causa dela, é por minha causa.”
Prof. Garry Francione que havia feito um questionamento a Rowling no X, apagou sua publicação e respondeu a autora de Harry Potter.
Doesn't matter in the slightest. My clarification might yet save me from such classic hot takes such as 'Badenoch wants to give her a peerage ergo JKR's right wing' and 'JKR really wants a peerage and is disappointed she hasn't got one because of her evil bigotry'.
— J.K. Rowling (@jk_rowling) October 20, 2024
“Desculpe. Era para ser completamente irônico. A resposta dela também mencionou os ‘esquisitos’ que assediam você e Dr. Cass. De qualquer forma, não era uma pergunta séria. Desculpe. Eu deletei.”
JK Rowling respondeu: “Não importa nem um pouco. Minha explicação pode ainda me salvar de opiniões superficiais clássicas, como ‘Badenoch quer lhe dar um título de nobreza, logo JKR é de direita’ e ‘JKR realmente quer um título de nobreza e está desapontada por não ter recebido um por causa de sua maldade preconceituosa’.”
Governo do Reino Unido apoia JK Rowling
No início deste ano, o Governo do Reino Unido expressou apoio a J.K. Rowling em uma disputa envolvendo uma nova lei sobre crimes de ódio na Escócia. A autora de Harry Potter desafiou publicamente a legislação, que visa combater discursos de ódio, com foco especial em questões de identidade de gênero. Rowling, em uma série de postagens nas redes sociais, afirmou que muitas mulheres trans seriam, na verdade, homens, o que gerou grande controvérsia.
O governo britânico disse que J.K. Rowling não deveria ser presa por suas opiniões sobre pessoas trans.
O governo britânico, em sua declaração, defendeu o direito à liberdade de expressão de Rowling, enquanto muitos ativistas de direitos LGBTQIA+ criticaram suas posições. A nova lei escocesa procura proteger grupos vulneráveis, incluindo pessoas transgênero, de discursos e comportamentos discriminatórios. No entanto essa legislação pode restringir a capacidade de discutir questões de gênero de forma aberta e crítica.
O apoio do governo à autora marcou mais um capítulo no debate em torno da liberdade de expressão.